sexta-feira, 26 de março de 2010

PROEJA

O PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de educação de Jovens e Adultos) é um programa do governo federal criado em 13 de julho de 2006 através do Decreto n° 5.840 que reformulou a política da EJA na esfera federal e abriu novas possibilidades para a oferta da Educação Profissional de forma integrada à Educação de Jovens e Adultos.

O objetivo desse programa além de proporcionar a qualificação profissional dos educandos da modalidade educacional EJA visa também ao estabelecimento de uma proposta que tenha continuidade e que seja capaz de envolver os diversos sistemas de ensino na oferta de uma educação de jovens e adultos de maior qualidade.

Para se ofertar a Educação de Jovens e Adultos de forma integrada à Educação Profissional a entidade preponente poderá ser instituição de educação pública das esferas Federal, Estadual, Municipal ou ainda entidades privadas nacionais de serviços tais como as entidades do sistema S.

Com o Decreto 5.840, a reformulação da EJA com a Educação Profissional possibilitou que a Educação Profissional seja oferecida agora não somente aos alunos da EJA de ensino médio, como era antes na vigência do Decreto 5.478/2005. A Educação Profissional de forma integrada à EJA pode também, agora, ser ofertada juntamente com a EJA de Ensino Fundamental (anos finais).

Para se conhecer mais profundamente esse programa, suas características, concepções, princípios e organização vale à pena efetuar a leitura dos Documentos Bases do programa de PROEJA - Ensino Fundamental, PROEJA - Ensino Médio e PROEJA - Indígena, disponíveis em http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12814&Itemid=872
acesso em 25.03.2010.

quinta-feira, 25 de março de 2010

A EJA na LDB 9.394/96

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) estabeleceu no capítulo II, seção V a Educação de Jovens e Adultos.

Diz o artigo 37: “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. Essa definição da EJA, nos esclarece o potencial de educação inclusiva e compensatória que essa modalidade de ensino possui.

Ao ser estabelecida na LBD a EJA ganhou força e tornou-se uma política de Estado de modo que hoje o governo brasileiro investe e incentiva essa modalidade educacional como possibilidade de se elevar o índice de ensino da população, principalmente, daqueles que já mencionados nela não tiveram acesso ou possibilidade de estudos.

Com isso vemos que além de ser uma política educacional, a EJA é principalmente uma política social. Ela dará condições para que os alunos melhorem suas condições de trabalho, melhorem a sua qualidade de vida e com isso sejam respeitados na sociedade.

Cabe ao governo, de acordo com o parágrafo segundo do artigo 37 da referida lei, estimular o acesso da população à essa modalidade educacional e oferecer condições de funcionamento dignas para que sejam de fato efetivados os seus objetivos que são os de inclusão social e melhoria da qualidade de vida pessoal e profissional dos educandos.

Além da oferta do ensino fundamental e médio, também é possível a integração da EJA à cursos da Educação Profissional possibilitando assim ao aluno além de alcançar o nível de ensino que ele deseja (fundamental ou médio) uma qualificação profissional para atuar no mercado de trabalho.


Foto Disponível em: http://processos.maringa.pr.gov.br/sistema_maringa/adm/imagens/gd_ec9bf08a600c.jpg acesso em 15/03/2010.

sábado, 20 de março de 2010

Relato de Experiênica sobre o Trabalho na EJA

Em 2008, atuei como professor da Educação de Jovens e Adultos – EJA, na Escola Estadual Benedito Ferreira Calafiori em São Sebastião do Paraíso – MG lecionando as disciplinas de Sociologia e Filosofia no 2° e 3° período do Ensino Médio.

Lecionar na EJA é uma experiência simplesmente motivadora, apaixonante e empolgante. Faz-nos refletir constantemente sobre a nossa prática docente e nos leva a entender como a educação é uma transformadora da realidade que nos cerca.

No mesmo período que lecionei na EJA eu também lecionava na modalidade regular do Ensino Médio na mesma escola e as diferenças entre os alunos dessas modalidades é constatada dia a dia através de seus comportamentos, interesses, motivações e desejos.

Os alunos da EJA normalmente se interessam mais pelas aulas, demonstram maior compromisso e absorvem melhor o conteúdo estudado.

O rendimento dos conteúdos aplicados nas duas modalidades mostrou-se muito maior na EJA do que na modalidade regular, embora a carga horária seja menor.

Enquanto na modalidade regular se levava, por exemplo, praticamente 4 aulas para se estudar uma determinada unidade temática, na EJA o estudo da mesma unidade era realizado praticamente em 2 ou 3 aulas. O motivo desse rendimento maior na EJA é simples, os alunos da EJA possuem um comportamento que possibilita um melhor fluir ao trabalho docente e com isso a qualidade das aulas é ampliada e aprendizagem ocorre de forma melhor.

Eu já possuía uma experiência com a Educação de Jovens e Adultos atuando como professor da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, porém no Ensino Médio a visão que temos do aluno é bem diferente, pois ali ele está aprendendo conhecimentos que ampliarão a sua visão de mundo e de sociedade.

É na EJA do Ensino Médio que podemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos educandos ao passo que vamos mostrando-lhes coisas que até então nem passava por suas cabeças.

Cada sorriso dos alunos ao entenderem os conteúdos aplicados, cada vitória alcançada nas atividades curriculares nos mostram o quanto que a educação é importante para eles e isso nos faz refletir sobre o modo como a maioria da juventude encara a educação de forma descompromissada e sem propósito.

Tive casos de alunos, na EJA de ensino médio, que acordavam as 05:00 para trabalhar e que nas suas obrigações escolares eram os primeiros a cumprirem os prazos dos trabalhos e possuíam as melhores notas nas avaliações e ao mesmo tempo era possível constatar alunos da modalidade regular que não tinha nenhuma ocupação profissional (possuíam tempo ocioso para estudar) e que nada faziam.

A EJA é uma modalidade educacional onde o professor é mais um facilitador da aprendizagem do que um transmissor de conhecimentos. Existe uma constante troca de experiências com aqueles que estamos dirigindo. Aprendemos com eles, somos motivados por eles e passamos a valorizar mais ainda a nossa profissão.

Minhas experiência profissional com a EJA foi simplesmente enriquecedora das minhas ações e práticas como profissional e como ser humano.

O estudo do curso de Aperfeiçoamento em Educação para a Diversidade e Cidadania da UNESP – Bauru, através da Universidade Aberta do Brasil possibilitou-me rever conteúdos e conceitos que são primordialmente importantes para a nossa prática profissional.

De um modo especial a unidade que mais me chamou a atenção foi justamente a EJA que é uma modalidade educativa, que a meu ver, é de suma importância para o desenvolvimento da nossa nação.

O curso como um todo superou as minhas expectativas e cumpriu com os seus objetivos de fazer com que nós, educandos, tivéssemos uma mudança de postura com relação à diversidade da sociedade em especial à diversidade na educação.